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quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Devir, dejavu e outros D's

Eu estava deitada, de lado, com os olhos fixos para a fechadura do armário branco. Armário branco e antigo, de madeira. O mesmo armário, no mesmo lugar... So que com uns arranhões a mais, tamanho o numero de gatos que ja tive e de esbarroes que pela vida devo ter dado. Armário com cara de infância. Mais cheiro que cara.
Meu olhar era parado, fixo, como quem esta mais olhando do que vendo. Na cabeça, milhares de coisas. Talvez a sensacao de ja ter visto aquela cena. Pouco importa... A personagem principal continuava a mesma. Eu, ali, pensando nos problemas. Mais que isso: agora, pensando nos problemas que a outra Carol, a do armario sem arranhoes e de sardinhas no rosto, jamais imaginaria ter. Enquanto isso, o tic-tac do relogio, incessante, marcava o compasso e fazia questao de lembrar-me que ele ainda estava ali. Nao o relogio. O tempo mesmo.
Como pode alguem mudar tanto em tao pouco tempo? Minha mente mudou. Meu corpo mudou. Meu gesto mudou. E o tic-tac continuava. E tudo continua mudando e nao para nunca. Acho que ja fui tantas pessoas diferentes nessa vida que, se pudesse, ja teria mudado de nome varias vezes... Enfim estava ali. Eu com 17. O armario rabiscado. Tic, tac, tic, tac, tic, tac...

Um comentário:

Felipe dos Santos Brum disse...

"Acho que ja fui tantas pessoas diferentes nessa vida que, se pudesse, ja teria mudado de nome varias vezes... "

Lindo e bem verdade