Meu olhar era parado, fixo, como quem esta mais olhando do que vendo. Na cabeça, milhares de coisas. Talvez a sensacao de ja ter visto aquela cena. Pouco importa... A personagem principal continuava a mesma. Eu, ali, pensando nos problemas. Mais que isso: agora, pensando nos problemas que a outra Carol, a do armario sem arranhoes e de sardinhas no rosto, jamais imaginaria ter. Enquanto isso, o tic-tac do relogio, incessante, marcava o compasso e fazia questao de lembrar-me que ele ainda estava ali. Nao o relogio. O tempo mesmo.
Como pode alguem mudar tanto em tao pouco tempo? Minha mente mudou. Meu corpo mudou. Meu gesto mudou. E o tic-tac continuava. E tudo continua mudando e nao para nunca. Acho que ja fui tantas pessoas diferentes nessa vida que, se pudesse, ja teria mudado de nome varias vezes... Enfim estava ali. Eu com 17. O armario rabiscado. Tic, tac, tic, tac, tic, tac...
Um comentário:
"Acho que ja fui tantas pessoas diferentes nessa vida que, se pudesse, ja teria mudado de nome varias vezes... "
Lindo e bem verdade
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